Rio de Janeiro
2011
Qualquer bairro
Qualquer cançáo
Mas tem que ser na primavera
Um casal e os Dois Irmáos, amores verdadeiros, como Ipanema, como a Primavera
Foto de Ana Schneider, clicando o amor espalhado no ar
Caríssimos, vivemos ingrata época de amores vãos.
Ama-se em váo, visto que amor sem amor é em vão, é besteira, é masoquismo, é esquizofrenia. É frustração. É tanto, tanto, quanto menos amor.
Conhecemos pilhas de histórias de amigos de amigos, de amigas de amigas, e primas e vizinhas e próximos e distantes, que se estreparam, literalmente, em recentes tentativas de amor. Conhecemos também as nossas doloridas histórias.
Mas é primavera.
E eu soube de uma história. Náo vi. Mas ouvi, e foi pessoa séria quem falou.
O sujeito, assim, ainda meio cafajeste. Queria evoluir, mas muita tentaçao o afastava de sua nobre intençao. Conhece uma... bem, uma periguete. Coisa de noite e meia, no máximo, mais um telefone na agenda e mais uma noite na curta memória.
Mas é primavera.
E o amor, caríssimos, está no ar.
E ele inspirou fundo. Encheu os pulmóes de ar.
O namoro engatou. Ele esqueceu que foi um dia, distante dia, um cafajeste, e ela, encantada com a possibilidade de amar e ser amada - a única possibilidade que de fato importa e modifica as rotas do ser humano - rendeu-se, e abdicou de velhos hábitos.
Em três meses, conheceram-se, namoraram, e casaram-se.
Mais náo digo.
É primavera.
Seguiráo? Sofreráo? Seráo felizes?
Náo sabe-se. Sei que neste mundo de tantas ressalvas e duplicidades, e confusões, e mal entendidos, péssimas explicações e justificativas capengas, há um casal que derrubou as regras da contemporaneidade do amor - casar. No papel, sem festa, com pressa, com convicção.
Antes que cheguem os problemas e os questionamentos eternos que nada esclarecem.
Antes que passe a lua-de-mel.
Antes que passe a primavera.
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