Rio
da Zona Norte a Zona Sul
É tudo Zona Érogena
Não digo, porque não devo
Eu bem provei do beijo seu.
Se roubei ou se foi roubado,
não sei.
Mas experimentei,
e se experimento eu digo,
Justamente por isto tenho um blog, caríssimo.
O quê depois sucedeu, assim, eu e você, você e eu,
aí, confesso: não direi.
Uma, porque o blogspot me suspende
e porque quem leu até aqui, já me entende.
E por outra: o motivo de calar-me quanto a sucessão natural dos fatos
é evitar a frustação de tentar descrever o que não pode ser descrito
Só sentido
evitar o fiasco de tentar reproduzir com palavras
o que se faz melhor em concentrado silêncio
Seriam, caríssimo, palavras vazias
desconexas imprecisas
dispensáveis, portanto.
E que por força da moral haveriam de ser, sem dúvida, genéricas e evasivas
dessas que usamos quando temos medo de afirmar
ou de negar
ou de fugir
- a fuga é a mais covarde forma de negativa
e eu não quero nada que se assemelhe a isto
não quero a triste palavra vazia
nem a afirmativa oca
a negativa egoísta tampouco
prefiro o silêncio emocionado
o silêncio que paralisa o tempo
que pára o relógio que pára o dia
o calar que suspende, com seus dedos firmes, o véu da noite e o céu azul do dia.
Eu prefiro.
Nada de posts descritivos.
Não, caríssimo.
depois do que sucedeu ao beijo seu
eu quero só o melhor - a verdade das palavras, a verdade sua, a verdade minha
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