domingo, 1 de maio de 2011

É Tudo Auto Biografia

Rio
Não o do desenho animado
O Rio das pessoas que amam o teatro

qual o próximo recado?


Desde pequena escrevo.

Bobagens e acertos, mas escrevo. Há quem goste, há quem não goste, mas eu escrevo.

E escrevo muito sobre teatro, fascinada que sou pela escrita viva que é o teatro.
O teatro é a palavra tridimensional.

Agora cismei que o teatro me manda recados.

O personagem de Besame Mucho, TUCA, me disse lá do palco: "Escrevemos para duas pessoas: para você mesmo e para o amado".
Calou. É fato. Essa foi para mim. Escrevo para mim (preciso) e para o meu amor (assim me conhecerá melhor)

Ligo a TV. Canal Brasil, Palco e Platéia, Amir Haddad.

Um dos homens vivos que construiram com suas idéias e ações o Teatro Brasileiro.

Falou sobre o ator. O talento do ator é seduzir. Fazer acreditar. Fazer ver.

Falou sobre o início de sua carreira, queria ser ator. Diz que foi reprovado em teste de interpretação porque era por demais expansivo, levantava os braços, o diretor pediu que não fizesse deste jeito. Que abaixasse os braços, respirasse, falasse de novo seu texto.
Perdeu a chance, e o teatro ganhou um de seus maiores diretores.
Haddad afirmou que não queria um teatro limitado; precisava de todos os recursos para criar a ilusão de ótica onde o público enxerga no ator o que quer e precisa ver. É o contrato que tem com a platéia. Construir a ilusão de ótica.

Calou. Vou ao teatro buscando recados, e mensagens, e dicas, e consolos, e objetivos,
e essas coisas todas que tornam a vida, Vida, e nào uma folhinha de imã na geladeira.
O teatro tem cumprido sua parte no contrato comigo. Vejo o que quero ver.

Assim procuramos também o Amor.
Buscamos no Amor o contrato que permite ver o que se precisa ver. O que se quer ver.
Ilimitadamente. O que tornará melhor e mais ampla a nossa passagem pela Terra Adorada.

Compramos nosso ingresso com beijos, com carinhos, com palavras doces, com prazeres divinos.
Com atenções, e dedicaçao, e companheirismo.
A parte do Amor é iludir os olhos, e o coração. É o roteirista.

É também o cenógrafo. Precisa reproduzir atmosferas de romance e revolução como faz o teatro. Senão náo é amor. Senão nào cria nada. Será então um monólogo tedioso, e as cadeiras estarão vazias. Nào receberá aplauso algum, só um silêncio triste.

O excelente programa fecha com a citação de Oscar Wilde: " Toda crítica é auto biografia".
Pronto, pirei. Mais um recado para mim. É isso que desejo. Sob as letras escritas, o espetáculo assistido, e a vida vivida.
Eis que em minha loucura, enxerguei em Oscar Wilde uma dica: prossiga.

Deixa comigo.

Amir Haddad, em o Santo Inquérito, de Dias Gomes, em 2009.
Oscar Wilde, "I love acting. Is so much real than life"

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