quarta-feira, 24 de junho de 2015

Terra Brasil





Terra Brasil
Pátria Amada
Salve? Sim, nos salve

  
       Temos assistido vídeos de cortar o coração.

     Os imigrantes africanos, desesperados, tentando entrar na Europa pelo mar, pelo céu, pelo ar, pelos subterrâneos. Mês passado, 1800 morreram no mar. Os que tentam por terra estão sendo repelidos com força e com vontade por soldados armados até os dentes.  A política européia de vigilância das fronteiras, inflexível, bate e arrebenta. Brutos, implacáveis, sem dó nem piedade.  O sujeito veste um uniforme e reencarna os soldados romanos, que matavam criancinha fácil.

    Vejamos bem, caríssimos. O indivíduo fugiu para viver e poderá morrer por fugir. Poderá não, é quase certo que não chegue ao seu destino.  Seu país de origem e´ uma praça de guerra, fome e doenças. E a criatura não tem saída.  Que agonia, que luta vã, que claustro universal. O humano preso na miséria, sem encontrar dignidade em lugar algum.

  Levanto este questionamento com muita tristeza. Fico aqui sentada digitando, em Copacabana, confortavelmente, entre um cafézinho e outro, enquanto o sentimento de piedade e revolta me assaltam. Inúteis, pois não salvarei ninguém de seus cruéis revezes.  Inútil, pois sou uma só, brasileira mal desenvolvida, cujo Governo está falido, corrompido e desmoralizado mundo afora. Ninguém tenta entrar aqui, e os que podem, pensam em sair.

    Neste exato momento, os traficantes de gente, os comerciantes da sobrevivência, todos esses piratas da dor estão na ativa. Extorquindo, escravizando, prometendo o que não se promete: uma vida nova. Os  políticos do mundo também estão com a mão na massa, em reuniões muito demoradas, em seus ternos caros e mesas bem polidas e lanches servidos com esmero.  Protegidos em carros blindados com ar condicionado. Fazendo contas impagáveis com dinheiro que não é seu, e cuja terça parte salvaria a vida de milhares de criaturas desassistidas.

   Espero ( às vezes é tudo que podemos fazer - esperar; torce por)  que a Europa abra suas portas aos estrangeiros. Aos seres humanos. Entre meus suspiros tropicais, anseio por um mundo mais justo,  onde haja amparo na dor, Onde não se precise fugir, nem se esconder; onde que  não temamos agressões, nem ladrões, nem retaliações.

  Mundo azul, que combine alegria, encontros, ajuda. Trabalho,  saúde, respeito. O milagre da compreensão mútua.

  Espero que o Brasil abra suas portas aos brasileiros. Aos homens do mundo inteiro. Deus não desenhou fronteiras nem inventou a alfândega.  A todos e cada um,  sem etiquetas de fábrica, deu-nos o planeta.
   Eu sigo sentada, impressionada pelo valor que tem nosso pedaço de chão. Nosso imenso país que poderia ser um doce lar, uma pátria gentil, fértil, cariciosa.  A Terra Adorada afunda lentamente, atropelada por esta pseudo democracia desgovernada. Ainda assim - violenta, corrupta, inundada, mal sucedida -  por ela milhões de africanos famintos venderiam seus órgãos e seus filhos para aqui chegarem. Largariam para trás ouro e marfim.

  Nosso ponto geográfico no mundo é  generoso. Nós é que temos sido bem cruéis conosco.
 Temos como salvar-nos? A todos? Luther King, Gandhi, Mandela, Calcutá. Meu amado Paulo de Tarso. 
 Que falta fazem. O mundo precisa de Salvação.


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