quinta-feira, 1 de março de 2012

Vivo no Rio

Rio
Rio
Rio
Rio
Só Rio
Sorrio
Sorri, Rio

Eu vi este pôr do sol, e digo porque vi - foto linda, de Carla Santo Anastacio

"E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim
um verão invencível." Albert Camus



Sim, inúmeras vezes estava escuro, e eis que veio o Sol em Ipanema. Diante de meus olhos. Eu estava ali, eu pude ver. Clareou o céu, ficou dourado. Tudo dourado: areia, mar, gente, onda, céu, pensamento. Clareou e dourou dentro de mim. A vida ficou mais leve.

O carioca, imerso nessa imensidão, percebe que nada é tão complicado quanto parece: nada tem muita importância diante da imponência da Majestade da Natureza. Nossos problemas são ínfimos, irrelevantes, pouco significam diante da imensidão desta beleza.

É tanta maresia, tanto vento, tanta praia, tanto mar, tanto céu sobre nós. A gente sente que é livre para mudar, tantos são os caminhos à beira mar. Podemos! Podemos mudar de caminho, mudar de rumo, mudar de nós mesmos. Sermos mais soltos, menos complicados, menos justificados. Numa boa, de havaiana, de canga, de short. Sem drama.

O Rio faz maravilhas pelas pessoas. Rejuvenesce. Embeleza. Relaxa. Excita. Sim, eu poderia falar sobre tantas maravilhas desta cidade que hoje comemora 447 anos. Da Lagoa, da Lapa, do Leblon, do Leme, da Lua, do Forte Dourado do Posto Seis, do Parque Lage, do Jardim Botânico, da Gávea, do Teatro Municipal, sim, a lista é longa, é linda e injusta - haveria exclusões imperdoáveis. Quanto mais se fala, mais se cala sobre o principal: o ensolarar que o Rio projeta no coração.

Acreditem, o coração do carioca é banhado de Sol. Iluminado. Ainda que a vida esteja difícil, grana curta, metrô, ônibus, desmoronamento, bala perdida, dengue, agiotas, solidões. Governos e Desgovernos públicos e privados, a gente é feliz assim mesmo, acima de tudo isto. Temos um verão no nosso coração; é nosso escudo e nosso traje de luxo.

Eu não sei se seria feliz em outro lugar. Acho que não. Misturei-me a esse chão de areia, estou diluída no mar, nas ondas, na ressaca. O Rio sempre me acudiu, braços abertos do Cristo para me consolar, mar para me benzer, Arpoador para passear. Ouso dizer que o Rio tornou-me invencível; sim, porque venci tantas coisas, bebendo da sua água, em seu leito amoroso. Sou mais fiel do que gostaria: não troco o Rio por canto nenhum nesta Terra Adorada. Não, caríssimos, sem o Rio, eu não seria eu mesma, eu não saberia.

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