domingo, 14 de agosto de 2011

Assalto ao Banco Central

Cinelandia
Odeon
Onde Onde Onde
No Rio


Eu quero mais é que me assaltem

Em cartaz, e como...


Deixa que digam, que pensem, que falem. Não estou nem aí.
Li queixas sobre o filme. Eis coisa que adoro - ver filmes criticados. Só para contrariar.

O povo quer reclamar, caríssimos. Reclamar de quë, náo sei. O filme é ótimo, e a história é real.

Vamos parar de comparar com os filmes de ação que vendem a rodo mundo aforta, esbanjando efeitos especiais, correrias e tiroteios e faltando talento. Foi assim, sem explosões, sem carros voando, sem milhóes no orçamento. E foi com talento. E foi um sucesso. Roubaram o Banco Central do Ceará, e cá para nós, parabéns. Esse dinheiro não era do Banco não. Era o meu e o seu, e o dos cearenses. Estava ali indevidamente.

Aconteceu: bandidos experientes e especializados roubaram R$ 165 milhões do Banco Central de Fortaleza, Ceará, em agosto de 2005. Cavaram um túnel de 84 metros que saiu de uma casinha simples para dentro do cofre, como dizem nas Igrejas, das trevas para a luz. Foram três meses de planejamento e execução. Trabalharam pesado e carregaram sacos de terra, e quase quatro toneladas em notas de cinquenta. Alguns foram presos, outros se safaram, e pouca grana foi recuperada. Portanto, há bandidos ricos e vivos por aí, mas isso não é novidade, é coisa que já se sabe.

Eu curti. Amo Lima Duarte, da nossa Minas Gerais, da nossa Terra, do nosso mato, da nossa roça. Monstro da arte. Eu nem sabia, mas amo Giulia Gam também. Solta, magra, jovem, forte. Descobre, apura, prova, prende. Curti demais o menino da Central do Brasil, lembram dele, claro. Vinicius Oliveira cresceu, é um ator de mão cheia, merecedor de elogios efusivos. Que mais meninos tenham suas vocaçoes descobertas e desenvolvidas. Dá gosto vê-lo na tela.


O menino Josué, na Central do Brasil, e o Devanildo, do Assalto. Vinicius Oliveira cresceu e apareceu. Faz rir, faz tremer, e faz aplaudir


E com Hermila Guedes, descobri que brasileira tem beleza holywoodiana. Poderia facilmente ser uma Bond Girl. Bandida, mulher de bandido, vulgar, atrevida, cara. Um verniz brilhante sobre a madeira podre. Tipinho fácil nas altas e nas baixas rodas, é o par perfeito para um bom mafioso.

Hermila, mulher de bandido toda vida

Só não curti, nem amei, e muito menos descobri Eriberto Leão. Eu vi, tenho que dizer, estou aqui para isso: enjoado. Não é bandido, não é malandro, tenta ser engraçado e não é, tenta ser gostoso e não é. Teve seu papel e o amassou. Faltou o sal, a pimenta, ficou entre morno e frio, entre bobo e burro, entre risonho e sem graça. Não adiantou ter olhos verdes. Há gente que faz melhor.

No mais e em tudo o mais, o diretor Marcos Paulo conseguiu. O espectador mergulha no túnel, e faz parte da quadrilha. Quase fez apologia ao crime, com bandidos tão trabalhadores e dedicados, e bem sucedidos. No decorrer da película, convenci-me do oposto. Com a simplicidade dos bons, o maestro dá seu recado. O crime não compensa, ainda que enriqueça alguns.

E antes que eu me esqueça - Milhem Cortaz, assalte-me. Mas assalte-me toda. Tome posse de meus bens. Sequestre-me, obrigue-me. Não tenha pena de mim.

Dê uns bons gritos, use de força bruta e mostre quem manda nesse lugar.

Com um Cortaz assim no comando, o crime há de compensar.

O bandido Barão, na pele de Milhem Cortaz. Quem quiser que seja gente boa, eu não



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