terça-feira, 16 de agosto de 2011

A vida é eterna

Sempre haverá
Mais um nascer do Sol
A vida vai, volta e segue



Para os que sentem saudade


Linda vida

Neste dia dos pais, penso nos pais que se foram.

Penso no meu avô, pai que conheci nesta vida. Pai, anjo, avô.

E penso que fui feliz na infância. Muito. Devo-lhe. Penso que sou feliz. Muito. Devo-lhe também.

Gostaria que meus filhos tivessem, por alguém, quem quer que seja, a admiração e a confiança que tive pelo meu avô. A certeza do amor, incondicional, incontestável, incomensurável.

O que ensinou, ficará. O tempo náo levará nem diminuirá seus feitos. Pelo contrário, quanto mais vivo, mais o admiro. Mais conheço das dificuldades que deve ter atravessado, e mais glória atribuo às suas vitórias.

O que deixou, o dinheiro náo compra, náo vende, náo empresta; o que me deu, está cravado no meu peito, e se repete nas batidas do meu coração - ama, ama, ama, ama, ama, ama.

E quando amamos, o amor se aproxima. Avizinha-se de nós. Vem sob forma de músicas, de brisas, de sonhos bons, de sorrisos. De pequenas preciosidades. Assim, cercada por amor, recebo com amor a oração abaixo, atribuída a Santo Agostinho.

Surpreendo-me, não a conhecia. Não faz parte dos estudos de catecismo. Estudei em colégio católico, mas o Santo Agostinho que apresentaram náo era assim, compreensivo e consolador; era o bispo, o filósofo, o fundador de congregação aristocrática, conhecida pela tradicional linha pedagoga que adotou. A linha dura do catolicismo.

Precisamos ir além do que nos apresentam. Precisamos enxergar além do que nos mostram. Precisamos abrir mais os ouvidos da nossa alma. E ouço essas palavras como vindas de um anjo. Ou de um amigo espiritual, se preferirem.

Verào que são palavras suaves sobre a vida eterna, onde conceitos católicos e kardecistas subitamente assemelham-se pelo Amor, comum a ambos. O Amor ecumênico, que está acima dos rótulos e dos muros. Acima dos preceitos.

E como a criança que fui, crédula, rezei de novo.
Rezei com fé.
Acreditando nessas palavras, ontem, hoje, e sempre, que explicam e consolam minha saudade.
Acreditando que meu avô gostaria de me ver rezar.

E porque tive esse avô, porque o tenho, porque apenas está do outro lado da ponte, e para ele correrei, quando chegada for minha hora.

E feliz, porque eu já não conseguia mais chorar, assim, como criança, e hoje chorei.

"A morte não é nada.
Eu somente passei para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?

Eu não estou longe, apenas estou
do outro lado do Caminho.

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi."
Oração de Santo Agostinho.

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