segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A fagulha e o fogo da Revolução


Rio de Janeiro, Copacabana.
Novembro de 2010, próximo ao primeiro turno das Eleições Presidenciais.

Estava eu pensando sobre o poder do voto e sobre como muitas vezes tenho vontade de largar o conforto da minha rotina e aderir a algum movimento revolucionário... Exageros  à parte, resolvi rever um, ou melhor, dois filmes sobre a fagulha e o fogo da revolução. A fagulha está em "Diários de Motocicleta" e o fogo, em "CHE". Assisti-los separadamente é mutilar o guerrilheiro.  O CHE que conhecemos é o Ernesto, que rasga a América em cima de uma motocicleta, estarrecido diante da doença, da pobreza, da tirania; diante das inconsoláveis dores  do povo latino americano (nós brasileiros náo nos enxergamos como parte da América Latina - fomos separados ao nascer).  Essa viagem planta no coraçao do jovem a semente da transformação. E ele se transforma em CHE GUEVARA. E reconheço no líder o jovem viajante, o jovem médico, o jovem namorado, fiel à sua luta e aos  seus companheiros. Sem conforto, sem calor, sem alimento. O jovem em meio aos camponeses explorados, aos leprosos, aos abandonados. Anos depois, o líder  em meio aos guerrilheiros, resistente a batalhas e a traições.
São filmes que se completam, que justificam a luta e a entrega do homem à sua causa. Formam a introduçao, o desenvolvimento, a conclusão. A sucessão dos fatos fascina. A entrega crescente do ser humano ao que era irresistível - reagir, conquistar, ampliar.  E tudo se completa tão simplesmente. Eu só entendi CHE porque viajei com ele em  sua motocicleta...
Vale a pena ver, rever, pensar. Deixar vir a sensação de que podemos ser o (melhor) resultado de longas viagens.

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