quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tempos de Paz

Rio de Janeiro, Copacabana.                     


Rio de Janeiro, Janeiro de 2011.

"Tempos de Paz"

"Que lei, justiça ou razão pôde recusar aos homens privilégio tão suave, exceção tão única que Deus deu a um cristal, a um peixe, a uma fera e a uma ave?"  (Calderón de la Barca)

Muito já se disse sobre a Liberdade. Mas não com tanta beleza e poesia como neste filme.
Já sentiu-se impedido de ir onde quiser? De ficar? De partir? De comer? De acordar ou dormir? De falar? De calar?
A escolha é um grande privilégio. Ir,vir. Plantar, colher. Amar, deixar de amar. Atuar.
Não sei para que serve pensar e dizer, mas sou livre para isso. E se uma única pessoa ler, e gostar ou não gostar, está ótimo. Atingi meu objetivo. Aprendi no filme, sou livre também para aprender.
Em Tempos de Paz, o ator que se disfarça de agricultor consegue fazer um homem chorar. Não um homem comum,  mas um homem cruel. Mau. Cumpridor cego de terríveis ordens. Absolutamente insensível. Sua atuação é seu visto para uma nova vida. ( Nossa  atuação também!) Consegue ficar no Brasil. E ele vai além, os gênios sempre vão além. Com suave maestria compõe sua platéia de homens, bons e maus, sua platéia atenta. Leva-os onde ele quer. Atravessou o oceano para isso.
Outros, outros gênios fizeram de nós todos, bons e maus, seu público. Atravessaram o oceano para isso e  transformaram corações e mentes. Levaram-nos onde quiseram e conquistaram para si e para outros o exercício da  Liberdade.
Escolheram ficar no Brasil e nos presentear com seu talento.
Nosso ator, o fugitivo de guerra, terá alcançado a paz? Tomara. Conquistará definitivamente a Liberdade? Terá feito a melhor escolha? Esse país o acolheu com amor. Prosseguirá atuando e exercitando seu talento.
A Liberdade é uma metáfora - exige, para sua legitimidade, o exercício da escolha.

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