sábado, 7 de julho de 2012

Alucinadas Meninas

Barra
Where?
Ali no Barra Square

A Barra nunca foi tão perto
                                                               Surtadas e chiquérrimas

                   
Nossa Terra Adorada tem seus devaneios descontrolados, e ainda bem que temos as Alucinadas.

Precisamos de gente boa que nos faça rir, e as bonitonas Renata Castro Barbosa e Luciana Fregolente estão no palco do Barra Square, `as 23 horas, então é ir para rir, e rir bem. Caríssimo, a Barra é longe? Da onde? Estamos no Rio de Janeiro e depois das nove,  o trânsito livre encurta qualquer kilometragem.  O percurso é lindo até lá, já chegamos leves.  Niemeyer, Joá, Ayrton Senna.  O Rio continua lindo, e as moçoilas também.

Dois anos após serem vistas por 12 mil pessoas elas voltam, com o mesmo chique do visual e o mesmo humor - fazendo rir das maluquices femininas. Tem muito material para encenar, reconheçamos, toda mulher é louca e tem momentos de surto, mas poucas alucinam, assim, com tanta graça.

Digo porque vi, ou melhor, digo porque ri.

Novamente dirigidas pelo máximo Victor Peralta, entreterão o caríssimo por mais de hora, sem que se perceba o tempo passar. Crescem em cima de ótimos textos de autores modernos e bem sucedidos, bambas do bom humor - Bruno Mazzeo, Porchat, Palatnik, entre outros. São enquetes vários, e juntas ou separadas as atrizes mostram a que vieram. Esse é um ponto de qualidade no trabalho que merece pausa de respeito. As duas são ótimas atrizes. Mesmo. Poderiam atuar em qualquer em drama ou romance, ou em clássicos do teatro, tem formação e talento para a dramaturgia. 
Luciana Fregolente tem uma presença extravagante, imponente, prende o olhar do público em seu próprio olhar.  Sua voz, de contralto, ressoa longe e dá um tom de seriedade às adoráveis maluquices que nos mostra. Acreditamos nela, domina nossa atenção, buscamos detalhes que desminta o que diz, e não encontramos. Da cabeça aos pés, ela impõe o texto como fato verdadeiro, determinado, certo e possível..  Renata Castro Barbosa tem o timing da comédia, o dinamismo, a articulação, a agilidade. Fala, pára, anda, pára, grita, pára, olha, pára, arregala, aumenta, encolhe, assusta, avisa, foge, se entrega. Tem rapidez, precisão, é leve, miúda.  Pega o espectador pela mão e nos leva para passear pelo caminho da comédia, entregando-nos de volta ao mundo real, sãos e salvos.
Este casamento artístico entre Renata e Luciana deu certo como poucos. Chuva de arroz e bodas de ouro!  Brilham juntas e  percebe-se claramente que há um entrosamento de humor e de astral, raro nos dias de hoje, onde uma de nossas compulsões reside em alimentar fartamente o próprio ego. 


Podem ser as estressadas anônimas, pode ser  a Mãe Natureza, a aero-rodoviária, e podem fazer estourar de rir no meu quadro preferido, a Vidente.  De uma certa forma, a gente se enxerga nessas duas, que se multiplicam em conhecidas na nossa frente.  Ora ora, não é hora de pudores. Nossa sociedade contemporânea produz doidos, vários, homens, mulheres, adultos, e crianças.  Qual criatura nascida sob o sexo feminino não é estressada? Aponte. Quem nunca procurou uma vidente charlatã? Quem não teve ganas de matar um operador de telemarketing? E o caríssimo tem cooperado para a preservação do meio ambiente? Não?  Cuidado. A Mãe Natureza  desabafa, é engraçadíssima e está coberta de razão, somos filhos ingratos.

Como diz o clipe que abre o espetáculo,  estrelado por feras  (Leoni, Frejat, Léo Jayme, Hebert Vianna), em música de Leoni e Pedro Mamede -  chegou a sua vez e elas vieram te buscar. Saímos cantando o refrão, prolonga a peça, e vai conosco para casa.

Vá. Chame seu bem ou sua amiga alucinada, e se solte.  Solte o riso.
"Todo mundo gosta de rir", já dizia Chico Anysio. Humildemente, acrescento: a vida passa bem melhor quando temos bons motivos para rir.













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