segunda-feira, 9 de julho de 2012

Post Censurado

Rio de Janeiro
Lugar Comum
Lugar Nenhum


A censura de todos nós



Pela segunda vez, um caríssimo pede que eu tire um post do ar.
Sentiu-se ofendido, exposto injustamente.
Pela segunda vez, atendi.
Não por temer retaliações, não, o mistério quanto aos personagens reais protege-me, e os protege. Não há indicação de nome, profissão, endereço, status social, apelidos. Nada.  Os personagens não identificados são muito mais interessantes, e preservo a necessária ética em um blog de livre acesso.

Mas pela segunda vez um homem inteligente interpreta minha crítica ao seu comportamento com mão de ferro, e não a suporta.  Julga-me com implacáveis padrões, surpreendentes rigores em nossa sociedade livre e democrática.  Ou não? Percebe-se que no mundo masculino os elogios são muito bem aceitos e estimulados. Mas as críticas... Aí estamos na Segunda Guerra, no front. A coisa fica feia, os varões armam-se em defesa e ataque. 

Tirei o post do ar.  Confusões, só por amor, e doces, e contínuas, e ininterruptas, e deliciosas. Longe de mim o desejo de magoar ou ferir. Não quero essa energia.

O post saiu, e fica minha tênue esperança de que com esse gesto eu prove que não quero briga.
Que o caríssimo não me leve a mal. Sou da palavra, a palavra fala por mim. Deixei a emoção falar, e a emoção falou mais alto que os seus ouvidos podiam escutar. A culpa não é minha; todo fato tem mais de uma versão.  A História do mundo está aí para provar, e as versões de um mesmo fato são em sua maioria, viáveis.  Eu não detenho a verdade, a verdade está em cada um de nós, como nos convier, ou como pudermos aceitá-la.


Outra afirmativa real é que a censura maior vem da nossa consciência. Essa sim, é a censura de todos nós.
Fui censurada, o que de certa forma é um elogio: só os bons escritores da nossa Terra Adorada tiveram seus trabalhos vetados. Os provocadores. Os instigadores. Os que botam para fora as vísceras, as feiúras, as vergonhas. Os que se escondem e escondem suas opiniões, esses não. Eu os chamo de coelhinhos da Duracell, batendo o tambor sem cessar, e sem saber para quê. Passaram pelos olhos dos leitores sem maiores efeitos.  Ofereceram água com açúcar.  
O povo enjoou.
O povo quer champagne, e há os que queiram cachaça. Que sorte, há os que podem beber.

Um comentário:

  1. Bettina, não sei exatamente do que se trata, mas não sou a favor da intimidação, muito menos nos dias de hoje e num veículo de comunicação tão livre como a internet! Não compactue com isso! Compactuar, como a palalavra diz, é atuar junto, é fazer um pacto com, é assinar embaixo! Não faça isso. RECOLOQUE O QUE VOCÊ RETIROU! A verdade não é absoluta. Não existe apenas uma, existem milhões! Se, os que não podem aceitar a opinião de apenas uma pessoa, eles que omitam a deles, não você a sua! Não se deixe levar pelos que não suportam críticas, estes não crescem nunca, pois as críticas são nossas maiores ferramentas para a construção de um eu maior!Dani

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