Bairro Peixoto
Roda Copacabana
BELO REI - Teatro de Roda, de Mariozinho Telles.
Vamos dar as mãos
"O Belo Rei", Bairro Peixoto.
Há inocência no mundo. Há cantigas de roda e atores adultos que parecem crianças.
Há o público que dá as mãos para assistí-los, e para protegê-los, e que de certa forma interage com eles.
Cirandar. Rodar. Cantar. Curtir.
Simples e sem maiores questionamentos, como só podem os que tem a consciência leve.
Como a cançao de ninar, como a pipa, como a bola. Como o assovio. Como o bolo quente no forno de casa.
Como a infância nas praças, como os palhaços.
Foi assim essa manhã de Sol Frio. Na praça do Bairro Peixoto, com o espetáculo O BELO REI, do Teatro de Roda.
Há 28 anos em cena. Cirandas as redor do palco. Palco? Não. Chão. Encenando sobre o solo firme, pé na poeira, por assim dizer. Apresentam-se entre cantigas de roda e textos sólidos, precisos, de imediato entendimento para o público infantil e adulto.
Não há iluminação, nem cenários, nem cadeiras, nem cortinas.
Os atores estão no meio da roda, formada pelo público, e pelos atores que não estão em cena, e pelo seu diretor, Mariozinho Telles.
Ainda meio dirigidos ao vivo, atuam ao ar livre. Livres, expandem-se.
Munidos de seu texto, de figurino, de sua voz, apresentam-se e é o que basta. E é lindo, esse transbordar do talento.
O BELO Rei, que assisti, é uma composição de dramaturgia, cantigas, cirandas. Passeiam por temas fortes, duros - o machismo,a educação, as relações familiares, a convivência entre irmãos, a robotização do ser humano nas linhas de produção, e por temas amenos - o primeiro namorado, a pipa, a paixão da menina e do príncipe. E o tempo passa ao redor da Linda Rosa Juvenil, e da praça, e eu passei por eles, mas eles ficaram em mim.
Emociona. É nosso, é brasileiro, é suave, é inteligente, é lúdico.
Une crianças e adultos, conhecidos e desconhecidos. Arte e natureza, cantigas antigas e comportamentos sociais.
E você sai mais leve, afinal há quanto tempo náo canta Samba LêLê? Há quanto tempo não canta Morena Bonita e Samba Crioula? Há quanto tempo náo brinca de roda? É preciso.
Eu entrei na roda e dei a mão a uma das atrizes. Delicada sua mão, conduzia a minha para o sentido da roda, e eu assim meio grande demais e desajeitada, tentei e fui com ela. Na outra mão uma senhora que nunca vi, e de mãos dadas a esta, meu filho caçula.
Vamos de novo nesta roda. Estarão no Parque das Ruínas, em Santa Tereza, nos dias 11 e 12 de Junho, às 17 horas. A entrada é franca, gratuita, como o sorriso, como a brisa, como as vozes das crianças no parque.
Como as melhores coisas, as raras, as que valem, as que não tem preço.
Elenco, parte dele, de O BELO REI. Com os óculos na testa, Mariozinho Telles. De lenço e rolinhos, Maria Rita Rezende. De chapéu de soldado, Guilherme Salvador. O perfil de barba é de Vitor Mafra.
Chiquérrimos, figurinos perfeitos em algodão cru e chita - bom gosto, como só os Bons tem
Muito obrigado, Bettina. Pessoas como você faz com que nunca desistamos de continuar trabalhando com o teatro alternativo. Nunca esquecerei essas palavras.
ResponderExcluirabraço e sucesso do seu mais novo seguidor Guilherme Salvador
Obrigadíssima!
ResponderExcluirProsseguirei APLAUDINDO!!!
Abraços e muito sucesso