O Rio de Janeiro
Tem cultura
o ano inteiro
Reinado do Catete
Exposição: " As Muitas Faces de Jorge"
Galeria Mestre Vitalino.
Fotos que forram as paredes externas da Galeria
Você sabe, caríssimo leitor, onde fica a Galeria Mestre Vitalino?
Não?
Digo.
Fica no encantador jardim do Museu da República, ali no Catete.
O Museu da República merece um longo parágrafo de relatos históricos. Náo por mim.
O site do Museu é completíssimo, com direito a um passeio virtual, fácil de manusear e de compreender. Aliviada por tanto conhecimento disponível a todos, posso falar sobre o que me interessa, o aspecto da emoção.
O Museu é lindo, seus jardins são lindos, passear por ali é lindo.
E grátis.
E perto do metrô.
Há um lago limpo, há o brilho do Sol na água.
Há peixes e um silêncio, com a sonoplastia urbana do Aterro lá longe.
E é bom ver os gansos e patos meio livres, e as crianças totalmente livres,
alheias à carga histórica que as cerca,
e os velhinhos alheios à correira contemporânea que os cerca.
Os velhinhos em pares nos bancos.
E me deu um medo enorme de ficar velha e uma vontade enorme que meu amor seja o meu par no banco do Parque da República.
E havia sol, e plantas, e palmeiras imperiais.
E banheiros limpos, e café cheirando longe.
Todo o espaço inteligentemente ocupado.
E uma esperança imensa de que o Rio conheça a história da República, tendo seu Museu tão acessível e tão bem conservado e explorado.
e uma tristeza porque a maioria acharia tudo isso muito chato.
E no meio de tanto passado vivo,
entre tantas importâncias públicas e requintes privados dos homens públicos
eu vi a galeria do Mestre Vitalino.
Uma gruta de arte dentro de uma arte maior,
sem folhetos a convidar,
sem anúncios no jornal de bairro.
Por acaso.
Entrei.
Avancei para dentro da Galeria, e sou abraçada por uma exposiçao requintada sobre um santo de devoção popular. Fotos de qualidade cinematográfica, imagens em tamanho natural. Estátuas, estatuetas, artesanatos reverenciando a fé. E flores vermelhas artisticamente arranjadas, oferendas vivas, como a festejar a sua chegada.
Os realizadores conseguiram imprimir ao pequeno espaço físico uma amplitude impressionante; trata-se de ambientaçao religiosa e artística, mais que para ver, para sentir. Merecedora de muitas visitas. A presença do espiritual em suas representações, a assustar pela sua materialidade. A indagar se acreditamos ou não. A debochar do ceticismo, que abandona o visitante no segundo em que entra na Galeria.
Fiquem como eu fiquei, extasiada, transportada, ao lado de um Ogum gigante, maior que eu,
maior que meus medos, a me defender com sua lança. Quis uma foto com ele, o segurança não permitiu por causa do flash, não tem problema. Regras são regras, e levo Ogum no coração.
Senti uma gratidão profunda pelo acaso, que me levou até São Jorge, e aos seus pés fiquei
pedindo: proteja-nos, dos inimigos visíveis e dos invisíveis, esses sim, os mais poderosos.
Salve-nos, de todos, e de nós mesmos.
Atendam também a seu chamado. Vão visitá-lo, ele os aguarda, bem ali no Museu da República.
A entrada da Galeria, e eu
Release da Exposição, retirado do site do Centro Nacional de Folclore
" As muitas faces de Jorge
A mostra traz os aspectos da devoção a São Jorge, indagando quem é Jorge da Capadócia, o que a fé nesse santo guerreiro impulsiona, como se manifesta e é vivida, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, local onde a sua devoção é especialmente expressada.
A exposição reúne representações de artistas populares de diversas localidades do Brasil que integram os acervos do Museu de Folclore Edison Carneiro e da Biblioteca Amadeu Amaral, do CNFCP, e do acervo pessoal do pesquisador Ricardo Gomes Lima.
...
Período: 28 de abril até 31 de julho de 2011.
Galeria Mestre Vitalino - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro.
Funcionamento:
Terça a sexta-feira, das 11 às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h
Realização
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP)"
Nenhum comentário:
Postar um comentário