sexta-feira, 8 de julho de 2011

Acharam Juan e perdemos todos

Rio de Janeiro,
lamentável Rio,
lamentáveis notícias.
Lamentáveis Príncipes

Eu quero outro Brasil

Nós o colocamos aí



"Perdemos o que ainda havia de confiança.
Quando dizes que não, eu duvido.
Se vais, náo sei para onde nem a custas de quem.
Quando dizes que farás, e o quê farás, não aposto.
Quando dizes que é pedra, é barro,
e quando afirmas que é água, é ouro."
.


Este podia ser o discurso de um amante traído.
De um fim de relação.
Náo é. É do coração do brasileiro, enganado pelo seu Estado Democrático.

Perdemos a confiança no voto. Lutamos, tenazmente, para conquistar o direito ao voto.
Universal. Universal confusáo, esta em que nos metemos.

Votamos para decepcionarmos-nos, tão somente decepção e corrupção.

Perdemos a confiança na Polícia. Nos Hospitais, pelos seus erros médicos, pelas falcatruas com remédios e equipamentos.

Nos legisladores, que legislam para sua classe.

Nos bueiros, que parecem fechados, mas explodem e ferem.

Nas màes e pais, que deviam cuidar e zelar e prover, mas abandonam e surram e privam de alimento, de amor, de orientação.

Não cremos mais nos peritos técnicos, concursados, juramentados. Depositários de nossa atenção, convenciam-nos dos fatos com clareza e precisão. Estavam acima de qualquer suspeita e esclareciam casos insolúveis.
Agora náo mais. Náo sabemos se mentiam antes, quando afirmaram ser de uma menina o corpo de Juan. Não sabemos se mentem agora, pois a pressáo é imensa e tem que aparecer um corpo.

Falham em suas especialidades.
Falham em suas juras.
Falham em seu caráter.
Sucumbem.

Falham, e não podiam. Não os peritos. Não os especialistas. Uma sociedade organizada conta com seus especialistas. Conta com seus líderes, para que garantam o bom andamento e a correta prestação dos serviços públicos.

Coitados de nós, liderados por péssimos Príncipes. Falham estrategicamente.
Escolheram uma péssima tática de dominação, a falta de tática. Querem unicamente encher seus bolsos.

As grandes tiranias da História do mundo tiveram o cuidado de manter o populacho satisfeito, com pão e circo. Com brioches. Com monarquias reluzentes para serem adoradas e temidas. Com espelhinhos para os índios, e promessas de salvação eterna para os fiéis.

Os Príncipes são cínicos. Faz parte. Mas há o entendimento (ou devia haver) de que o povo precisava iludir-se. Precisa existir essa parca preocupação: manter outrem iludido para manipulá-lo. Discursos falsos, interesses econômicos, mínimos ganhos superficiais, demagogias, o que for, mas manipular exige algum esforço dos Estadistas. Exige moeda de troca. Acreditar exige convencimento, ainda que ínfimo.

O desrespeito, para manter-se, exige uma gota de respeito.

No Brasil, em 2011, não. Sem gotas, a seco mesmo.

Salve Zagalo - o melhor Príncipe do nosso século - nosso povo precisa apenas engolir.

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