quarta-feira, 13 de julho de 2011

O Aprendizado

Rio de Janeiro
dia após dia


Desistir e seguir


Crescemos desejando fortemente o Amor. Está no nosso DNA.

Brincamos de casinha: " - olhem bebês, Papai chegou!" Assistimos Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida. O momento mais feliz das mocinhas é quando chega o príncipe.

Esperamos alguém para Amar; zelamos pela relação, pela continuidade. Somos condescentes, compreensivas, criamos situações de favorecimento a sedução, ao diálogo e a harmonia. Cedemos, compensamos, dividimos.

Ah, sim, o sexo. Grande arma. Alimento para a libido, para o ego, para a auto-estima. Caprichamos bastante neste quesito também.

Mas há o inevitável momento em que nada adianta. Nada resolve. Ser alegre, gentil, carinhosa; ter sua individualidade, sua independência, seus sonhos. Qualidades vãs, e defeitos notados. Não há o que conquiste o coração do ser Amado.

O que aprendemos e praticamos não surte efeito. Como assim????
Bem, mudemos de abordagem. Retrocedamos para ganhar fôlego.

Lembramos de tudo que está em jogo e batalhamos mais um pouco. Desesperar jamais e não vamos entregar os pontos, não mesmo. Fortalecemo-nos na ilusão, amarga ilusão, cujo efeito maior é prolongar a ansiedade e esticar a corda até que possa dar a volta em seu próprio pescoço.

Um coração que não deseja ser conquistado, não o será. É um muro. De Sartre, de Berlim, das Lamentações, a Muralha da China, todos esses num só. É O Muro.

É preciso então, ser sábia e desistir. Ou deixar-se ferir indefinidamente. Ou sentir uma solidão que corta o peito e a madrugada. Ou sentir-se à mercê do outro. Ou magoar-se, dia e noite, dia após dia, noite após noite.

O bom técnico joga a toalha antes do boxeur apagar. O inteligente coach tira o jogador de campo enquanto está bem, muitas vezes após ter atingido sua melhor performance. Percebe que não se manterá neste alto nível e o poupa da exposição de um rendimento inferior.

No amor, no esporte e na guerra, sobreviver é uma questão de desistir na hora certa.

Isso sim, devíamos ensinar às nossas meninas: Ame na medida do possível. Na medida do impossível, desista. Deixe, prossiga.

Essa história de morrer lutando, queridos, é só para a revolução. Para o campo minado do amor, a estratégia honrosa, muitas vezes, é bater em retirada.

Um comentário:

  1. Sábias palavras minha cara...é preciso definir limites, até para o amor!
    Sigamos em frente, esperando pela próxima página.
    Bjs!

    ResponderExcluir