sábado, 18 de junho de 2011

O Salão do Livro

Rio de Janeiro
Trabalho e Cultura o ano inteiro
Mas Salão do FNLIJ é só uma vez por ano
Que pena


Semear a Leitura é Semear Cultura
Vamos Regar


Você sabe o que é a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil?
Deixa que eu explico: é uma instituição de direito privado, de utilidade pública federal e estadual, de caráter técnico, educacional e cultural, sem fins lucrativos, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro. Criada em 1968, é a seção brasileira do International Board on Books for Young People - IBBY.

Isto quer dizer que é tudo de bom.

O Estado interfere apenas reconhecendo sua utilidade pública. Os cidadãos trabalhadores do ramo do livro (autores, editores, bibliotecários,pedagogos, e por aí vai) organizaram-se para que o livro, além de prosseguir como negócio rentável, possa chegar a todos.

Tem por Missão (e está em sua página oficial) promover a leitura e divulgar o livro de qualidade para crianças e jovens, defendendo o direito dessa leitura para todos, por meio de bibliotecas escolares, públicas e comunitárias.

Defender o direito à leitura. O direito ao sonho. Ao conhecimento. A cultura.
Defender o direito a bibliotecas. Defender, defender, defender.

Em nossa sociedade tudo está sob ameaça, e precisamos de defesa.
Uma criança que náo conhece Monteiro Lobato está ameaçada de uma infância sem sítio, sem Emília, sem D. Benta, uma infância sem esse sonho. Uma infância castrada do sonho.

O livro para a criança é tão essencial quanto suas refeições. Provado que só o alimento náo basta para crescer.

Há crianças que encontrarão facilmente na leitura a passagem para outro mundo possível, atrás da capa um mundo novo, povoado de personagens e de cenários, e de fantasias e de mensagens. Aprenderão de pronto a IMAGINAR, a enxergar imagens, formas e ações, com os olhos da emoção.

Outras precisarão também de muita orientação especializada. Bibliotecárias, professoras, contadores de história. Que lhes seja dado o passaporte carimbado para as férias no parque da diversão das letras.

Eu fui ao Saláo do Livro Infantil. Rapidamente, ao apagar das luzes. Meu Amor que me avisou. Eita homem bem informado, sô. Cadê a divulgação? Os Banners do evento, pendurados em postes em frente ao Rio Sul, náo sáo vistos, nem de dia, nem à noite. São bandeirinhas, em fundo branco. No mesmo ponto, há lindos folders luminosos oferecendo espetáculos teatrais e musicais, que chamam a atençao pelas fotos de famosos, e pela beleza e qualidade. É passar e olhar. Tem fartos patrocínios e gerarão bilheteria. Explicado.

Enquanto houve tempo, precioso tempo, andei entre os stands da feira. Logo na entrada o stand a troca de livros usados, em bom estado, por outros, também em perfeito estado. Troquei. Gostei.

Passeei como criança, fascinada pela fartura de temas e por ilustrações encantadoras, estupefata com a produção farta, rica, abundante. Temos de tudo na literatura infanto juvenil brasileira: ficção e aventura, temas da terra, fauna, flora; urbanos, rurais, indígenas. Temos de tudo, e tudo agrada.

O stand da Editora Cortez merece destaque: seus livros enaltecem nosso Brasil. O escritor Marcus Vinicius Lucio traduz, com carinho e precisão, as palavras complicadas de nosso Hino Nacional, e o livro ficou lindo. Explica tim tim por tim tim. Uma coleção de autores vários sobre nossas capitais, perfeita para uma aula agradável de geografia.
E assim vai. Aqui Maria Clara Machado, ali Lygia Bojunga Nunes. Adiante Ruth Rocha, na esquina ôpa: Bruxa Onilda!

Na bilheteria, na organização, em todo o salão, jovens ligados a arte e cultura trabalhando bem e ganhando bem; conduzindo, guiando, compartilhando o que aprenderam.

Eu vi um projeto de mundo novo que gostei. As com crianças uniformizadas, do ensino público, em visitas com suas mestras heróicas, sendo semeadas para florescer saudáveis.

Pareceram-me bem felizes ali, defendidas dos videos games e do funk pesado; da violência doméstica e da falta de carinho. Cercadas pelos autores mágicos que falam sua língua, e suavemente vão contando-lhes histórias e assim, devagar e consistentemente cultivam, página a página, palavra a palavra, o imaginário infantil.

Poderoso elemento transformador da sociedade - a leitura partilhada promove a tolerância, a paz e a solidariedade. Os infantos saíram munidos. Cada um com um livro, presente valioso, nas mãos. Um livro bom, novo, dado com carinho pela Fundaçao, para suas crianças.

Presente de qualidade. Leitura de qualidade. Cultura.
E Cultura, por mais incrível e louco que pareça, cultura promove Amor.

Esta que vos fala e Marie Claire, personagem da Bruxa Onilda...

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