quinta-feira, 28 de abril de 2011

Charles e Camila

Um dia londrino
no meu Rio
chuva
frio

Príncipe Charles e Camila

A Inglaterra está na pauta do dia.
Seja com os impronunciáveis noivinhos (não digo o nome deles) ou com o espiríto de Diana, invocado dia e noite, em infrutíferas comparações....Senhores, as deusas são incomparáveis.

Recebo, de minha amiga Amy, forte indicada para o trono, um singelo e emocionado power point sobre o encantador e vitorioso amor de Charles, o orelhudo, e Camila, a senhora. O autor, cujo nome desconheço, atribuiu nobreza tal ao sentimento que os une que chega a compará-los com Florentino e Firmina, personagens de "Amor nos tempos do Cólera", do maravilhoso Gabriel Garcia Marquez.

Amy estava um pouco confusa, não sei porquê, achou bonita a homenagem, mas pareceu-lhe meio fora de foco.

Sim, há outro foco que precisamos observar.

Como são inocentes as pessoas. A marca do casal em questão está longe de ser o sublime amor de entrega e de superação.

O amor de ambos teve desde seu início a marca da proibição.

Este selo enaltece qualquer qualidade que se tenha. O proibido, desde o início do Homem, produz efeito hipnótico. Muda o rumo dos passos, das idëias, dos sonhos.
O proibido mexe profundamente com o ser humano. É sua oportunidade de provar que é o mais forte sob a face da Terra, e que sua vontade é imperativa.

Adão não resistiu ao fruto proibido, e eis aí a humanidade.

Compulsivos não se curam porque desejam o proibido. O proibido para esses extremados é uma obsessão, uma tortura fixa, que se realiza com o exagero e a sofreguidão da satisfação.
Para os demais,que não sofrem deste mal, contrariar as regras traz uma sensação de poder, de liberdade, de força. Não é sofrimento, é prazer.
A rebeldia é inerente ao homem; ele nasce rebelde e livre. O convívio social exige que se adeque, a coletividade é mais relevante que a individualidade. No tocante ao coração, terra que ninguém pisa, uma vez que os olhos dos rebeldes se encontrem, e se reconheçam, nada mais será como antes.

Quando Charles conheceu Camila, ela era casada, e mais velha. O casamento de um dos dois já seria o suficiente para traçar linhas e fugas românticas, escolher esconderijos, segredinhos picantes. Os dois nesta condiçao civil, multipliquemos as artimanhas por dois.
Há quem afirme que os homens casados são os mais interessantes; sim, os momentos são raros, preciosos, fugidios. Quanto às mulheres, há quem jure que um affair fora das núpcias embeleza, e que sáo mais cuidadosas nas fugidas de cerca.

O ser humano precisa de aventura e romance, mais que de pão.
Precisa mais de desafios que de facilidades.

Diana era formosa, era possível e adequada. Ele não quis.
Quis, e nunca desistiu, daquela que a monarquia, a Igreja Anglicana, e os demais seres do mundo, presos aos padrões de beleza e juventude, repudiavam para o Príncipe.

O Príncipe é um homem comum - desejava o que não podia ter. Demorou trinta e quatro anos para conseguir, e a vida agraciou-lhe com um presente especial: consegue seu trófeu na maturidade, quando então supostamente sabe usufruir com calma e tranquilidade os bons momentos da vida.

Para fechar, Bucowski: " O amor é um preconceito. Amamos quem conhecemos. Há dez mil pessoas no mundo que amaríamos mais se conhecêssemos, mas nào conhecemos, então não amamos".

O preconceito é uma cisma, e sob um ponto de vista, limitado porém real, o amor é muitas vezes, uma cisma. A gente cisma com a criatura.

Charles prova isso. Cismou. Não quis conhecer e amar ninguém mais. Rejeitou a bela Diana, e outras. Os tempos mudaram, Lady Di se foi, e ele conseguiu. Casou com Camila.

O proibido foi conseguido. Venceu.

Independente da teimosia real, prefiro Camila a Kate, e Amy, a todas elas.

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