Casa de Laura,
Ipanema
Vieira Souto
Horizonte do mundo
Susana Ribeiro, Gustavo Gasparani, Fernando Alves Pinto, Isabel Cavalcanti, Celso Andre, Keli Freitas,
Querem ver uma atriz maravilhosa? Fácil.
Assistam esse musical. Conheçam a Alma Duran, atriz, nome dramático para a dramática personagem de Suzana Ribeiro. São, portanto, duas estrelas.
Confirmem as possibilidades, imensas, amplas, convidativas do talento.
Susana Ribeiro e Gustavo Gaspariani
Interpreta outra atriz, viciada em sua personagem de maior sucesso. Faz rir, muito. Choca o público com seu mau humor, ironias, amarguras.
Chique em seu desdém, desdenha o que não lhe elogia. É um pouco louca, e eu adoro. Entra como dondoca, madame. Um ar de anos dourados e passados. Nada disso, é mais contemporânea do que pode parecer.
Traída pelo marido, o trai. Paga na mesma moeda. Ri de tudo, gasta horrores no cartão de crédito, tem álibi para a vingança. Atraca-se com a amante dele, depois quer beijá-la.
Conclui que ama ao marido e ao amante, seu psicanalista.
Cantando, dançando, e sem titubear em seu vestido impecável e saltinho cor de rubi.
Quando você pensa que está se identificando com sua Alma, ela apronta outra, e outra, e outra. Impossível de emparelhar.
Posso, e devo ser justa, elogiando os demais - Celso André, por exemplo, imenso e feminino, retrata o homossexual bem sucedido, que de repente perde a pose e deixa cair numa rumba. Hilário. Mas reservo meu aplauso especial, de pé, para Suzana Ribeiro. À vontade no romance, solta na comédia, elegante no musical; desesperada de cafonice da tragédia. Será uma grande dama do teatro, ou arrisco, já é.
A peça é uma grande brincadeira, uma salada mista. Uma viagem impossível, em um avião que não aterrissa, e portanto, jamais decolará. Pergunto-me se existe. Os pretensos passageiros confinados no saguão do aeroporto encontram-se a beira de um ataque de nervos. Ameaçados pelo passado e pelo presente, são aatacados por um vírus fantasioso. Discussões e cobranças, devaneios existencialistas, amores vãos; no fim muita confusão e finais felizes. Tudo perdoado, nada resolvido, vamos dançar e cantar mais.
Melhor seria em dois atos, com elogios ao primeiro, um intervalo (devia ser lei: a peça tem duas horas? Intervalo. As pessoas, gente, querem ir ao toilette), e restrições ao segundo. Até para mim, naturalmente doida, achei doido demais.
Mas não quero criticar não. Alegrou meu domingo de chuva, como o dos demais. E tive a grande oportunidade de reconhecer, sob protesto: o elenco foi mais importante que o roteiro.
Não há resultado de sucesso sem o sucesso das pessoas.
O elenco é show, salvou o Musical sim. Estou encantada - show mesmo, e sucesso, é a Suzana Ribeiro.
Suzana, em sua Dalva, participação especial na novela Insensato Coração.
Palmas para a estrela
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