Rio de Janeiro
Sexta Feira da Paixão
Boa Páscoa, queridos amigos.
Que não tenhamos, Senhor, no dia de hoje
nada no coração que não seja paz, o primeiro passo para a alegria.
E que façamos de conta que ontem não foi dia de Tiradentes,
e quase ninguém lembrou.
Dele ou de sua causa perdida.
Enforcado, mas não o enforcado do Tarot, enforcado a mando dos ingleses,
aliás, ontem foi aniversário da Rainha Elizabeth II,
e ela foi à missa, anglicana, protestante, sei lá.
Ela, monarca que descende de monarcas
alvos ladrões dos tesouros brasileiros, indianos, chineses,
e claro, do ouro e diamantes dos africanos - ela que se farta
da fome do mundo.
Que não escutemos que os preparativos para o casamento do príncipe estão a toda.
O acompanhamento jornalístico deste evento deve ser objeto de pesquisa,
e boicotado.
Sim, porque é pago pelos cofres anglo-saxônicos,
onde há bastante dinheiro,
estão abarrotados e sabemos da onde veio.
Ah, que eu não lembre
que hoje cedo foi enterrado o atirador de Realengo,
e que nenhum programa de acompanhamento terapêutico está disponível
para nenhuma comunidade carente.
Afora isto, que eu pense na pequenina Vitória salva da caçamba,
por dois anjos travestidos de homens,
como a diminuta Yara das águas mineiras também o foi.
- entre outros exemplos,
de que há anjos entre os homens da Terra.
Que este dia da paixão esteja mais para um canto de liberdade,
uma nova carta da liberdade de Mandela.
Da riqueza para o povo,
Da África para os africanos,
Do Brasil para os trabalhadores brasileiros.
Não seja mais uma encenação da crucificação de Jesus,
Com suor, sangue e lágrimas.
e que acabado o espetáculo sigamos para a casa comer chocolate
Enquanto o Papa tem sapatos de 6 mil e quinhentos euros, que sustentariam uma família por um ano inteiro.
Não, desta vez náo.
Que venha da Paixão a multiplicação da Sua Verdade - amar o próximo.
Essa é a melhor religiáo.
Sem missas ou vigários,
Sem velas,
Sem dizímos.
Sem perdulários.
Comecemos hoje nosso apostolado.
Que a Páscoa seja seguida de mais justiça social e menos fotos em Caras,
sem aplausos ao usurpador,
sem reverências ao príncipe,
que da tirania econômica é
o legítimo sucessor.
Seguida de mais equilíbrio nas relações internacionais,
Mais dignidade.
Que nos lembremos disso nas eleições,
e nas revoluções.
A ação se resume em uma palavra tão repetida,
que o seu valor se perde no dia-a-dia.
Palavra subvertida,
mal entendida.
Deturpada por leigos e religiosos,
e usada para distintos fins,
para convencimentos,
para ardis.
Aqui vem em maiúsculas,
carregada da sinceridade típica dos pedidos infantis
- Tudo se resume a agirmos com AMOR.
é tudo que ansiava ler, mas não achei em nenhuma machete...
ResponderExcluirque essa sexta feira, mais que de paixão, seja de amor!
Brilhante! Que sensível e irreverente ao mesmo tempo! A partir de hoje sou sua seguidora. E peço autorização para compartilhar este texto, com os créditos, é claro. Abraço amigo!
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