domingo, 10 de abril de 2011

O beijo do Anjo

Rua
Noite
Asfalto
Ar
Ar Livre

Um anjo que vem à noite


Passei um dia estranho
Dividida entre medos e certezas.

Um dia de falas
e de escutas - todas públicas, por favor.

Adormeci com dor
Na verdade, não adormeci.
Entorpeci de dor.

Acordei na rua,
sob o beijo doce
de anjo gigante
com asas poderosas
gigantes como ele.

Esse beijo deste anjo
Serve perfeitamente
para minha boca e meus sonhos gigantes

E em meu ouvido disse
Que a verdade e seus incomôdos
Vão se revelar e se acomodar,
a dor, a terrível dor vai passar.

Acredito.
Acredito nos seres que tem asas,
São livres,
Mais livres que nós.

Renato Russo já dizia
que só a verdade liberta.
Monteiro Lobato profecia que nós mesmos
compomos a história da verdade,
e se for bem contada, o povo acredita.

Os dois também foram anjos,
livres em sua sabedoria.
A liberdade é a marca da verdade,
Não há vôos na mentira.

O dia de hoje será mais feliz que o de ontem,
como são os dias
em que acreditamos nos anjos
Nos pássaros,
e nos sonhos sonhados
e nos seres alados de Martinho,
o anjo da Vila.
Lembro-me do padre bom que dizia
que há anjos por todo o lado.

Encontrei o meu,
Ou ele me encontrou.
Não sei - sei que me beijou,
e voou.
e enquanto espero seu retorno
encho os olhos e os sonhos,
sou mais um dos que esperam
e sonham
com a libertação pela asas da verdade.
A verdade voa.

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